Fenômeno Pet: jogadores veteranos em alta, quando é a hora de parar?

O sonho de todo menino é ser jogador de futebol, mas, poucos sabem o quanto pode ser sofrível e curta essa carreira. Enquanto escrevo, nesse exato momento, milhões de meninos vivem este sonho. Os terrenos baldios, as quadras e os campos são verdadeiramente territórios férteis para os sonhadores que se engendram nesses espaços com muito suor, tanta alegria e tamanha habilidade. Para que esse sonho se torne realidade esses meninos têm pela frente um árduo caminho para trilhar, começando pelas peneiras dos clubes, ficar longe da família, conciliar o estudo e o futebol (poucos conseguem), depois passam pelas categorias de base sub-17, sub-20... Até chegar ao time profissional de um clube, que é quando realmente começa a ascensão de um jogador. Aí, destacam-se à habilidade, as jogadas bonitas, os dribles desconcertantes, tudo isso vem acompanhado dos holofotes da mídia... Eis que nasce um craque!
Mas, o que poucos também sabem é que a vida útil de um craque dura muito pouco. Um craque brilha intensamente, mais ou menos, por uma década. Depois aos poucos diminuem a freqüência e a regularidade das grandes atuações. Além de várias surpresas e reviravoltas que aconteceram no campeonato brasileiro de 2009, um fato em especial após o fim do campeonato me chamou atenção: O “efeito Petkovic”.
O jogador sérvio de 37 anos encantou no Flamengo e fez brilhar os olhinhos de outros quase quarentões, o meia ditou moda no Brasil, fez os clubes redescobrirem o valor dos atletas mais experientes. No Corinthians, Roberto Carlos mais novinho aos 36, prometeu o título da Taça Libertadores para a torcida, o meia Giovanni ídolo santista retornou ao clube para encerrar sua carreira, aos 37 anos. Com um ano a menos, Marcos do Palmeiras e Rogério Ceni do São Paulo, são ídolos de seus times. Na Bahia a história se repetiu. O atacante Uéslei de 37 anos está de volta e doidinho para mostrar serviço no Vitória, juntamente com Ramon, também aos 37 anos. Já o Bahia apostou em Edílson com 39 anos e vem dando o que falar.
Na verdade, os grandes times ou pelo menos os times campeões, não precisam do craque durante todo o campeonato e nem durante todo o jogo, precisam deles de verdade para decidir as partidas.
Quando são questionados sobre o porquê continuar jogando, cada jogador tem sua explicação: é a paixão pela bola, a nostalgia da glória efêmera de se ver na TV, de ler o nome no jornal, a saudade do carinho da torcida... No fundo o que cada craque em fim de carreira sonha é a mesma coisa que sonhamos todos: prolongar ao máximo os momentos que achamos ser os melhores da nossa passagem aqui no planeta e isso vale no futebol, vale na vida.
Quando é hora de parar, de desistir, de buscar outra vida, outra paixão, buscar um rumo novo? Nessa hora é preciso ter muita coragem para tomar a decisão, é preciso reconhecer que o passe antes perfeito não chega mais no parceiro, que seu chute não tem mais a mesma força, que seus olhos e seus reflexos não são mais os mesmos.
É meu caro, o tempo não está do lado de ninguém, muito menos de quem vive nos limites. Jogadores de Voleibol, Basquete, Tênis chegam ao fim da carreira com dores crônicas. Na Natação ou no Atletismo as carreiras são mais curtas, os treinamentos mais duros, os sacrifícios maiores.
Mas... Todo atleta tem a mesma dúvida nas quadras, nas pistas, nos campos de futebol:
QUANDO É A HORA DE PARAR?

Acadêmica: Alani dos Santos

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